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lembro da poesia da infância, lembro do carro pelas estradas, da poeira nas janelas do carro e dos olhares através das mesmas janelas empoeiradas. lembro das canções de táxis lunares, lembro dos sonhos de acidente emocionantes, lembro das viagens. lembro do meu pai rolando na cama, lembro da cama dura da casa da praia. lembro da espuma salgada, lembro dos passeios de barco, a poesia do pôr-do-sol, de novo poesia quando ele nascia. lembro da solidão que não era triste, mas bonita. lembro de me sentir tão eu mesma e tão bem. lembro de pensar em coisas que eu faria quando voltasse pra casa. nunca as fiz. mas lembro que as desejava. lembro das profissões que eu cogitava, dos amigos que eu tinha (ainda os mesmos, ainda os tenho) e lembro que eu não tinha dúvidas. mas não as tinha porque ainda não sabia bem como o mundo era. agora eu sei. daqui a alguns anos talvez eu escreva em algum lugar: "lembro como era ter dúvidas sobre o mundo (ainda as tenho)".
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