qualquer coisa grite meu nome:

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Nada de títulos perdidos na casa abandonada por deus.

As coisas não andavam nada saudáveis aqueles dias, de uma forma geral. Ele passava as noites fumando escondido e rezando para que as cinzas não caíssem sobre as fronhas. Era foda explicar no dia seguinte de onde tinham vindo as marcas. "Incensos" era a resposta mais comum e mais óbvia. Mas que pessoa, por mais ignorante e tacanha que fosse, acreditaria naquilo pra sempre? A mãe dele certamente que não.
Às vezes antes de dormir, depois de se livrar do resto dos cigarros que ele batia num copo velho de requeijão, achava que via coisas que não podia explicar. Talvez sua mente estivesse realmente por um fio, como é que ele poderia saber? O maior problema de ser louco é que você nunca percebe quando aconteceu. Pode até achar e se convencer de que sabe de onde veio, mas pode realmente afirmar sem medo?
A demência era uma boa companhia para as noites insones, admitiu por fim.

Nenhum comentário:

Postar um comentário