qualquer coisa grite meu nome:

quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

ér

- E Charles Manson não é o único assassino - eu disse.
- Não. Não mesmo. Pelo menos ele os matava diretamente, não é como esses crápulas, que nos matam aos poucos e de longe - ela retrucou.
- Os impostos, o governo, a impotência e a lei seca ?
- Exato.

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

anti-suastique, anti-nazi.

Milhares. Milhares de pessoas.

Passeata política, protesto capitalista.

Centenas de corpos amontoados,

naqueles campos de refujiados.

Criação dos malditos, os nazistas.

A guerra vermelha, a profunda garganta.

Millhares de centenas de mortes, um genocídio.

Não há intervenção, não há mão santa.

Deus é, na verdade, militarista.

Alemanha.

Doce Alemanha, nadando em banha.

Bomba. Poeira. Ambulância. Gritos.

Brada Alemanha. Jesus não tem ouvidos.

Porque ele morreu e ressussitou um Hitler.

Heil Führer.

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

merry xmas and anything else

Sempre sofro bloqueios na noite de natal. Porque é extremamente difícil pra mim aturar as máscaras. A mesa orquestrada, os vinhos, champagnes e toda sorte de bebidas anestesiantes. Porque não podemos simplesmente abraçar-nos em silêncio ? É realmente necessário todo esse brilho, essa coisa forçada, produzida ? Entretanto, de que me serve somente reclamar ? Seria hipocrisia da minha parte dizer que não gosto das luzes, dos embrulhos (acho quase uma arte saber combinar aquelas cores, laminados e laços), e dos presentes. Sim, dos presentes também. Mas não montes deles, não coisas que não usarei, não coisas caras, somente pelo status, pelo valor monetário que representam. Um livro, um cd, talvez uma xícara da Monroe. A verdade é que, pelo menos aqui em casa, aos poucos eu mudo a cabeça de todo mundo. Aos poucos deixamos a presepada de lado e nos concentramos no mais importante: amor e risadas.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

pure literature.

Vou me formar em literatura, mas vou ser autoditada. Vou perseguir os homens das penas e das máquinas de escrever, porque não tenho fervor pela atualidade. Quero morrer enterrada em papel pardo e grafite gasto. Quero a companhia de Bukowskis, Faustinos, Byrons, Huxleys, Wildes e Poes... São tantos os homens de minha vida, e todas as noites os convido a passear na minha cama. Na minha mente. Pode-se dizer que armei uma farsa, para vender minha alma aos livros. Meu destino é exato e conhecido: um epílogo lamuriento e melancólico. Um final quase que brilhantemente conduzido. Um parágrafo final desgarrado de auto compaixão.

jealousy

Tudo nessa vida se resume à ciúmes e possessão. Você tem uma bela amiga, uma mulher incrível que, além de bonita, te faz rir. Você acha que deve, que pode, se apaixonar por essa, que é tão inocentemente parceira. Que jamais teve ciúmes de você. O problema é que as mulheres, sabe-se lá porque, dividem as coisas em categorias estranhas. Amigos, namorados, homens para transar, etc, etc. E a partir do momento que você se torna o objeto de paixão, é quase certo que ela vai estragar tudo, com o terrível ciúme. Eu não. Eu não divido nada em categorias, eu sempre mostro absolutamente tudo que sou, ou que posso vir a ser. Eu jogo limpo.

domingo, 13 de dezembro de 2009

Por ter vivido tanto tempo do seu lado, ouso dizer que te conheço muito bem. E mais, que todos nós voltamos às nossas casas, cedo ou tarde.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

de Darwin ao cansaço mental.

Wikipedia. D-A-R-W-I-N. Evolução. Ilhas, beagles, navios, países, animais, teorias, primas. Youtube. Espanhol. Traduzir. Windows Movie Maker. Travou tudo.

A síntese de um trabalho sacal, o meu cansaço mental. HAHA (?)

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

eu e eu.

Meus ícones de quando criança agora estão todos destruídos. E isso me faz sentir de novo aquela velha tristeza: quando é que eu vou me destruir ?

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

dear aunt iries.

Você não precisa falar assim com ninguém. Isso é certo e bem sabido. Creio que sua prepotência se transmutou de bichinho bem educado a monstro faminto. Não é seu tom de voz agressivo que vai abrir caminhos. Na verdade, como eu sempre suspeitei, ele te cativa milhares de desafetos. Se cada vez que você se sentisse irritada, caísse um pedaço do seu corpo, agora nada mais restaria aí dentro. Aliás, sinto que é exatamente isso que se sucede. Mas você ainda não percebeu. Uma lástima.

pequeno ser híbrido.

Ele passou quase todo o dia me jogando indiretas. Aliás, são tão indiretas que alguém deveria me dar créditos por percebê-las. Sempre me atraio pelos psicóticos em potencial, e dessa vez não seria diferente. Mas sei lá, vindo dele, aqueles abraços, perguntas, cutucadas, mordidas, aquela vontade de cuidar de mim, de passar os dias comigo, de dormir na minha casa... É óbvio que ele me quer. E o mais estranho é que eu acho que o quero também. Tenso. Admirável. Casal de esquisitos. Não somos lindos?

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

come along with me'

Eu não sou um brinquedo. Não sou interativa. Não sou um gatinho indefeso. Eu mordo.
Nem sempre tô a fim de papo, às vezes prefiro um livro.
Eu posso ser anti-social, descrente convicta, misantropa e niilista. Mas cara, só pra confundir minha própria cabeça, também sou carente afetiva, desprovida de segurança amorosa, e tola. Uma grande tola.
Creio que viver ao meu lado seja insuportável... para os chatos e acomodados.

Ham On Rye, Bukowski, pág. 241


A cafeteira Clifton era bacana. Se você não tivesse muito dinheiro, deixavam você pagar com o que tivesse. E se você não tinha um puto sequer, não precisava nem pagar. Alguns dos vagabundos iam até lá e comiam bem. O dono do lugar era um velho rico e bondoso, uma pessoa fora do comum. Eu jamais ia lá para me encher de comida. Ia para um café, um pedaço de torta de maçã pelos quais pagava uma moeda de níquel. Às vezes eu pegava uns cachorros-quentes. Lá dentro era quieto, agradável e limpo. Havia uma enorme fonte d'água e você podia sentar junto à ela e imaginar que tudo estava bem. A Philippe's também era bacana. Por três centavos você conseguia uma xícara de café com quantas reposições quisesse. Você podia ficar o dia inteiro por lá tomando café, e eles nunca pediam que você se retirasse. Independentemente de sua aparência. Apenas pediam aos vagabundos que não entrassem com seus vinhos e não bebessem lá dentro. Lugares como esses davam a você um pouco de esperança quando não havia nenhuma ao seu redor.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

quotes.

"É difícil fazer um homem compreender algo quando seu salário depende, acima de tudo, que não o compreenda."
- Upton Sinclair

"Nossos professores americanos gostam de sua literatura limpa e gelada e pura e bastante morta."
- Sinclair Lewis

suicidas em preto e branco.

Keith Richards, Leila Diniz e Paul McCartney.

Gosto deveras daquelas imagens em preto em branco. Homens e mulheres que seguravam entre os dedos o cigarro fumegante, absorvendo a fumaça que subia anelada. Sorridentes, algumas vezes até, mas na maior parte delas reflexivos. Como se pudessem prever para onde a boêmia os levaria. Perscrutavam o horizonte, ressabidos, o semblante fechado. Podiam ver o nefasto futuro que se aproximava. Meus suicidas em preto e branco mataram a leveza do meu ser. Levaram-me junto com eles à reflexão nostálgica. Fizeram de mim um fantasma vivo.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Eu acredito no deus baco, ato segundo.



"So god is bad? No. God is an illusion."

Eu acredito no deus baco, ato primeiro.


Dei uma enorme talagada. Julgava ser capaz de drenar o canecão de uma só vez. Não importava que fossem quase 500 ml de puro vinho, já tinha feito isso antes, com água, e não poderia ser diferente... Engasguei-me e cuspi tudo que tinha na boca, exausto, derrotado.
- Merda!
O vinho ricochetou no chão de linóleo, manchando a madeira, criando imagens subjetivas, alucinantes. Criando hieróglifos em homenagem ao meu primeiro trago. Sabia que era só uma questão de tempo, de hábito, de prática. Muita prática, todos os dias. Logo secaria barris e barris de vinho. Logo, logo.

hugs

O melhor presente que você pode me dar é um abraço: ele é tamanho único, e você não vai se importar se eu quiser devolvê-lo.

to lolly (L


Elas eram amigas. Andavam juntas pela calçada, uma um pouco a frente da outra. Como se se protegessem. Eu não duvidava. Afinal, elas eram amigas mesmo. E não se pode duvidar da amizade.

must the show go on ?


Ouça Pink Floyd, desenhe prismas, escreva em conativa. Pinte as paredes do quarto, transgrida as suas próprias regras. Tenha bigode, barba e cabelo.

rent on


Escolha sua "vida". Escolha seu futuro. Escolha seu emprego. Escolha sua carreira. Escolha sua família. Escolha uma televisão enorme, um carro último tipo, celular e microondas. Escolha jóias, ternos de um tecido caro, viagens para Paris. Escolha tudo isso e tente imaginar-se feliz, entre todas essas coisas, num domingo de manhã. Eu não escolhi nada disso. Porque escolheria? Para ser igual à você? Eu escolhi viver...