qualquer coisa grite meu nome:

sexta-feira, 30 de abril de 2010

um ano -

De 365 fatos se faz muitas vezes uma vida. Ou menos que uma vida, medíocre e perdida. De 365 palavras se faz um micro conto (e, em tempos de twitter, com muito menos se faz um falso poeta moderno). De 365 pessoas se faz uma pequena socidedade, e de 365 músicas se faz uma obra-prima. Com 365 cores se compõe um universo. E com 365 dias eu fiz meu mundo neste blog.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

beck -

it's nobody's fault


but my own



but my own

Para Charlotte, pensamentos hedonistas pessimistas. E que ela me perdoe.

After falling, my head stopped thinking and for the first time in my life I said thank you for something. Now I just find myself lonely and tired of trying.

-

O cheiro de sangue nunca me atormentou. E você ? Será que já sentiu esse cheiro bem perto, tão perto que deu vontade de lamber a mão que te estendiam ?

segunda-feira, 26 de abril de 2010

visit it:

http://www.ouivo.com/
http://clubedos27.blogs.sapo.pt/2004/12/
http://clubedos27.blogs.sapo.pt/arquivo/curr_jim.html
http://www.harsanari.com/images/FreeFolkIllustrationWeb.jpg

o uivo do lobo maldito.

Me conte a sua história, desde o dia em que troquei de pele para te tocar. Me conte a sua história, eu já sei que te conheço, mas eu quero te inventar. Quero sempre mais, mais, te quero sempre mais.

360 horas

Mas é certo e aparente que minha obsessão por ti se faz estridente como os corvos da bastarda. E que tal como pássaros, alados, logo você também irá embora. Eu canso. Eu cansei. E você passa feito água e sal, deixando suas espumas tóxicas para trás. Me dói, em demasia, a surda consciência de que nosso tempo se foi. A vida, mon amour, é tão empírica quanto científica e você sabe que eu nunca alcanço o equilíbrio. NUNCA.

Albano Martins - from fortim.


Devias saber
que é sempre tarde
que se nasce, que é
sempre cedo
que se morre. E devias
saber também
que a nenhuma árvore
é lícito escolher
o ramo onde as aves
fazem ninho e as flores
procriam.


ossie and alice -

Ossie Clark

the clothe
the crocqui

domingo, 25 de abril de 2010

o canto dos malditos soa por sobre as ondas de sal

allen ginsberg, one of the heros of my poetry factory
Minhas pernas doem. Minha consciência dói. Saber que eu existo dói.

A vida é uma tediosa experiência materialista.

Mas antes ser espírito, ou coisa não viva, pedaço de fruta jogada na rua, jogada aos pés de quem nem vê.

Mas antes ser memória de um poeta, de um maldito. Do que viver arregaçada feito pano de manga, sob a custódia de anjos que nem crêem em Deus.
Mas antes dormir eternamente o sono da noite profunda...

Querido Mr. Sayzon

E eu tenho plena consciência de tudo que digo. Da minha vida inteira exposta em redomas de vidro. De todos os meus perigos. Eu só não sei se você sabe, que no fundo, bem lá no fundo, me pertence. Por mais livre que a tua existência se finja, você é meu. Ah, é meu sim. Danem-se todas as pequenas que acham que te dominam. Ninguém te conhece como eu conheço. Estou com sono, fim de papo.

tá tudo muito fácil hoje em dia

minha diva
Dá até pra baixar a vida de mary quant pela internet.

Mary Quant


          Mary Quant nasceu em 11 de fevereiro de 1934, em Kent (arredores de Londres). Na juventude, criava suas próprias roupas, usando retalhos de colchas e tecidos de casa. Mais tarde passaria a comercializar suas criações em uma loja na famosa King’s Road.
          Freqüentou o Goldsmith College, cursando Belas Artes e trabalhou como assistente em uma casa de chapéus. Foi em 1955 que, junto com Alexander Plunket Green (que se tornaria seu esposo) e Archie McNair, fundou a loja Bazaar. Mary dizia que a moda de sua época era “terrivelmente feia” e que sua pretensão era criar “novas maneiras de fazer roupas, com novos materiais e acessórios modernos que mudem conforme o estilo de vida das pessoas”.
          Sua sensibilidade lhe garantiu trunfos no mundo da moda, pois Mary conseguia sentir o que a juventude inconformista de sua época desejava. A invenção da minissaia é atribuída a uma parceria sua com André Courrèges, apesar de Mary insistir que na verdade a origem é das ruas.
          O grafismo de flores (mais especificamente a margarida) era comum nas suas bolsas e era o símbolo da logo Mary Quant. Esta iconografia mais tarde seria vinculada ao movimento de direito à paz, ocorrido nos anos 60, chamado Flower Power e promovido pelos hippies.
          Alguns dos mais famosos símbolos da moda da década de sessenta foram criados, inseridos e utilizados de forma pioneira por Quant, tais como:
         
          • Cabelos geométricos (uma releitura do corte dos Beatles, criado em parceria com seu cabeleireiro, Vidal Sassoon);
          • Collants coloridos e estampados com padrões gráficos diferenciados;
          • Casacos, botas e bolsas de vinil;
          • Tops de crochê (que virariam epidemia mundial, com uma série de releituras posteriores);
          • Roupas de malha canelada (aderentes ao corpo)
          • Cintos largos jogados sobre os quadris

          A moda de Mary Quant serviu às jovens estudantes que não queriam mais parecer com suas mães, pois rompia as barreiras do formal e conservador, e criava roupas que fugiam a distinção entre faixa etária. A encarnação deste ideal de moda leve, individualista, de inspiração urbana, inconformada, protestante, revolucionária e que contestava os valores até então em voga, era a modelo Twiggy, inglesa de apenas 16 anos, e primeira modelo a se tornar ídolo das massas.
          Em 1966, a rainha Elizabeth II condecorou Mary com a ordem do império Britânico, prêmio que ela recebeu vestindo uma de suas minissaias. Já no final da década de 70, a estilista estava quase esquecida, sendo obrigada a vender sua empresa e ocupando-se apenas da criação de cosméticos e eventuais designs para outras marcas.
          Entretanto, a sua importância para a história da moda inglesa (e até mesmo para a revolução cultural da década de 60) é inegável, e até hoje Mary mantém a aura de revolucionária e inconformista, dando entrevistas, circulando com seu eterno corte “cogumelo by Vidal Sassoon” e, principalmente, chique e gloriosa em belas saias (que ganharam em comprimento em respeito aos seus muito bem vividos quase 80 anos).


“o bom gosto é a morte, a vulgaridade é a vida”
“a moda deve refletir tudo que está no ar”
“a moda não vive de regras, mas de peças e idéias que possam ser combinadas como bem entendermos no nosso dia-a-dia”

sábado, 24 de abril de 2010

Todas as pessoas que sofrem por amor dizem que seria muito melhor se ele não existisse. Eu não. Na verdade, o que mais queria era que o amor, puro e verdadeiro, como ensinado pelas nuvens e pelo tempo passado, existisse de verdade. Que eu fosse capaz de me ligar às pessoas desta forma única, como todos os outros se ligam. Pior do que sofrer de amor é sofrer por sua ausência. É querer ter e simplesmente não ser capaz de dar.

café é melhor do que chorar

O diabo gosta de música. Alta.
Gosta de Morrison, Joplin, Hendrix, Holly, Cobain, Mercury, Jones, e todos que ele chamou cedo demais ao repouso. Gosta de mim e de você também e é por isso que mantém os olhos sobre nós dois.
Às vezes me pergunto se não é o destino do mundo todo arder em fogo para sempre. E mal sabemos que coisas doces nos esperam do lado de lá. O lado vermelho.
i better say
walking in heaven
is like floating
above your own conscience -

invisible animal

Como as vozes de um animal invisível que veste a pele de centenas de pessoas, um animal magnético e instável como a própria e inteira força do pensamento de tudo que flutua além daqui. Todos sabem que a vida não existe além de uma sucessão de dores e prazeres, e mais dores e prazeres... O maldito equilíbrio. Um curando o outro. Um matando o outro. Quem cansa não resiste, e quem não resiste morre cedo. Aqueles que se vão não sabem o que mais havia aqui. E aqueles que aqui ficam não sabem o que há do lado de lá. Resta saber qual dos dois é glorioso de verdade.
and you cant believe what it does to me see you crying


He grabbed the microphone with both hands and put one boot on the base. He closed his eyes and tugged on the microphone. First it was too high. Then it was too low. Then he opened his mouth as if he was about to sing. Then he changed his mind and closed his mouth again.
On his face there was the look of suffering of someone who knows he is too beatiful to ever enjoy the true love.
Mr. Morrison writes the lyrics, and they are filled with the tension of him impatience: "Cancel my subscription to the Ressurection... We want the world and we want it now... Deliver me from reason, I'd rather fly..."

quinta-feira, 22 de abril de 2010

oh me oh my oh mine oh morrison

oh my god of rock
oh my god of rock
oh my god of rock
oh my god of rock
oh my god of rock
oh my god of rock

sem você eu sei que sou incompleta, que sou só um pedaço.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

oh my, love really hurts #2

loving is as selfish as suicidal
Ele é meu amor, e meu desamor ao mesmo tempo.
Minha paixão e meu ódio.
Ele é o único que me faz bem do jeito que faz...
...e tão mal, que me machuca tanto.
Ah, mas é a vida essa incerteza de sentimentos e sensações.
E eu, na minha brava condição de ser humano,
não tenho o que seria preciso para saber bem o que fazer.
É assim mesmo, sempre e o tempo todo.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Diego gave me a ring today.

the ring of fire

          Eu andava pelo mesmo lugar de sempre, e você estava lá pela primeira vez. Eu nunca tinha te visto antes, posso assegurar. Porque se tivesse, você saberia. Tenho que confessar: senti um pouco de medo no começo, nunca se sabe o que sai de quem hoje em dia. Mas depois... Depois ficou tudo bem.

          Você me ofereceu sua mão e eu a apertei sem medo, e acho que isso de certa forma te disse tudo sobre mim. Sobre eu sempre aceitar conhecer as pessoas, independente do que elas são. Aí você pegou o cobre e começou a forjar ali uma forma que eu nem via bem, e me disse que gostava de como eu era. Eu ri. Você me perguntou “em qual dedo ?”, e eu vi que era um anel que você fazia. Eu disse que podia escolher, e você o pôs na minha mão direita e perguntou meu nome.

- Marcela.
- Diego.


Meu amigo da rua, o hippie Diego, me deu um anel hoje.

domingo, 18 de abril de 2010

oh my


look to me through the sun. i am still here.

cogumelo amarelo

Brian, você acha que se um dia você começa a pensar que tudo que é real, e que existe, é na verdade surreal e ilusório, e que somente o que vai além é concreto e verdadeiro, você acha que significa que você perdeu a cabeça ?

Não. Na verdade é quando você começa a enxergar essas coisas que você se encontra. Que você põe a cabeça no lugar. Está tudo aí. É só saber olhar as coisas.

fire fuck fight

                    Coquetel Molotov nas veias, sim nas veias. Que se explodam essas porras de micro vasos que me mantêm aqui. Quero que tudo se foda, a vida é uma merda e eu conheço o inferno bem de perto. Não tenho do que me arrepender, eu não tenho nada pra fazer. É melhor que acabe logo tudo isso ao invés de viver perdendo tempo. E toda a ira chega borbulhando como a porra da lava quente, destruindo tudo por dentro, tudo, todos, os pedaços dos outros dentro de mim, e eu mesma inteira vou sucumbindo. E de novo só o que digo é foda-se. E de novo só o que me vem à mente é fogo. Raiva, vermelho, depressão, ódio, ira, cinzas, cigarros, o cheiro azedo do suor da corrida cega contra a noite. E eu me sinto agitada e queria poder dar uns bons socos nas caras de alguns cristãos agora. É isso, é o fim. Estou perdida.

sábado, 17 de abril de 2010

ME, SHE AND HIM - tetela b



You are the poet, I am the pen (he)
You use me, And I don’t complain (he)
Yes I know I am sick (he)
know you don’t deserve (he)
My feelings put in order (he)
As if some kind of love (song)
And I try hate you (she)
And I cant do it to you (she)
And I desperately seek for my lost friends (she)
What did you do to me ? (she)
And I only watch
your dying time approaching (he)
as the third person
in the triangle of that love song (she and him)

oh trip

                    Ah, eu tô legal.
                      Numa suíte do
                        tamanho dessa casa.
                         Eu tô doidão.
                          Eu tô numa trip marota.
             Eu vejo tudo muito louco,
            tudo muito azul.
     Vejo tudo que não existe.
E hoje eu sou feliz pela primeira vez.

Loveless.

          Meu calcanhar me aflige. Minhas tristezas. As coisas não certas, tudo que ficou dito pelo não dito. As carnes do meu corpo hoje doem. Eu até sei que isso soa triste, mas não posso contar causos que não sejam verídicos. Não posso inventar um sorriso onde habita a saudade.
          É uma situação difícil essa na qual me encontro. Odeio você pelas coisas que diz e faz, e te amo por ser quem é. Acho que fomos feitos um para o outro, mas a distância insiste que não. Você insiste que não. Não em palavras, mas seus atos... Eles me confundem. Por um lado tudo que você diz me afirma que me ama, e por outro simplesmente não. Mas não posso te acusar de nada, entendo que sejas inconstante...
          Além disso, sei que você está em outra. Que você ama outra agora. E o que mais me dói nisso tudo é o fato de que ela não te quer. Eu queria tanto que você fosse feliz, com alguém que te amasse de verdade e pudesse te dar tudo que você merece. Sim, tenho consciência do quanto sou idiota. Deveria te odiar, ter raiva de você, dizer que tudo que você merece é dor. Mas eu não sou assim. Gosto demais de ti pra sequer imaginar coisas ruins.
          E você nem sabe como é sentir tudo isso e simplesmente não poder contar pra ninguém, e chorar sozinha em casa. Ninguém merece saber das minhas fraquezas, amor. Nem você. Eu até penso em te contar essas coisas e pedir que você saia de perto de mim, mas eu não quero te perder. Eu quero ter o direito de falar contigo e fingir que quando você diz que me ama, é mais do que só amizade. Eu sei que é errado me iludir, mas eu sou assim, tão platônica e frustrada.


- You are like my best friend now, i can't lose you.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

e nem tudo na vida tem sentido.

scanner e esmalte azulrecortes de papel e celofanechave de fenda no escurosala de fotografia desmontada

music is yor only friend -

                Feche os olhos e ouça a música. Deixe que ela corra em perfeitos círculos dentro de sua mente. Em pouco, pouquíssimo tempo, ela terá te levado embora. Nada fica para trás; não há corpo, não há físico. Tudo que sobra é a sua alma, e luz. Luz num imenso buraco negro. Sempre achei que a música, e a subsequente reflexão, salvariam o mundo.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

last fm -

kisses to my icons
Nostálgico dia ouvindo Zé Ramalho, chão de giz. Se eu devaneio e deixo minha percepção andar solta, ela me traz recordações engraçadas. Cheiro de sabonete, daqueles que se usa em casa. Uma fatia olfativa da infância, talvez ?

http://www.youtube.com/watch?v=8Pb5fIw3qGk

Ai, meus ícones. Meu dia-a-dia. Minhas coisas. Meus pedaços. Cores, formas, risos e sons que só eu entendo em absoluto. As horas que passam, as pessoas que são estranhas. Tudo que me cerca, tudo que me cerca..



segunda-feira, 12 de abril de 2010

Eu choro, devagar. Calada. Choro lendo nossas conversas antigas, lembrando. Lendo nossos registros. Ai amor, mas era tão bom quando você tinha seus repentes, de dizer o quanto me amava. Eu não me sinto pronta pra te deixar ir, sair da minha vida. Na verdade eu quero que você volte cada vez mais pra dentro dela.
                                        Às vezes me sinto exatamente como o pequeno príncipe. Simplesmente andando, solitária, ao redor de um mundo que é pequeno, muito pequeno. E igualmente vazio. Onde a vaidade e o ego põem tudo a perder.

Carteiro e Carnavalesco;

o homem do carnaval
                    Um dos meus avôs era carteiro, um quase carteiro-viajante. E o outro trabalhava numa escola de samba fajuta, bem escola de quintal. O primeiro às vezes roubava as cartas que não estavam com o endereço completo, que não iam chegar ao destinatário. E as levava para casa, onde meus tios e tias as liam, e aprendiam histórias de vida que mais tarde poderiam contar como se fossem suas. Com toda a propriedade de quem sabe os fatos.
                    O segundo fazia carros alegóricos cheios de plumas e dourados, e por mais que não tenha convivido muito com sua filha, minha mãe, ela também é fascinada pelo colorido do carnaval. Eu, na verdade, às vezes acho que ela lagrima em silêncio durante os desfiles na TV. Deve ser saudade reprimida. Coisas que são despertas dentro da gente pelo signo certo.
                    Os dois bebiam muito e tinham problemas. Muitos filhos, nem todos da mesma mãe. E os dois decerto às vezes ficavam um pouco infelizes, se afundavam de leve na depressão. Porque eu sinto, muito aqui dentro de mim, que nenhum dos dois fez exatamente o que queria da vida. Talvez porque naquela época você não fosse autorizado a ler o que havia dentro da sua alma, somente o que havia fora. Talvez porque não interessasse suas aspirações e sim o que fazer com uma esposa de 16 anos e filhos pequenos para alimentar. E mesmo assim eu acho lindo os que os dois conseguiram: esse flerte com a arte. Essa coisa que passou de geração em geração, até chegar exatamente aqui.
                    E por isso eu agradeço ao carteiro e ao carnavalesco beberrões, por gerarem uma família que me ensinou a amar o mundo artístico. Da literatura, dos sonhos, mundo dos sons e das formas e cores, o mundo no qual eu vivo o tempo todo. O mundo dos dois e agora também Meu.

I am MORRISON, Jim.

oh keep your eyes on the road, gotta love your man, you ar the one.

          Ah, ninguém entende o que eu sinto. Dizem que é coisa de adolescente, mania que passa, que não fica mais. Uma procura por espelhos, essas coisas de quem não compreende o que é amar de verdade. Todo mundo insiste que quando digo amo, quero na verdade dizer que quero, uma relação carnal mesmo. O que nesse caso é impossível. Então dizem que sou louca. "Ele morreu há mais de 30 anos Marcela.." Eu sei disso muito bem, eu sei disso o tempo todo, eu não estou alucinando com uma reencarnação, eu nem acredito nessas coisas.
          O que eu digo é que compreendo, ou penso compreender todos os pedaços da alma dele, porque é a minha também. Agora sim, eu alucino. Gosto de imaginar que uma parte dos atómos dele estão em mim, eu sou sua poeira, seus restos. Ou melhor, eu tenho pedaços dele em mim, o mesmo modo de ver a vida, talvez, só que não cometo os mesmos erros. Não que eu seja a versão melhorada, é que eu aprendi, sabe. E ele não teve esse tempo certo, esse timing, extrapolou.
          De qualquer forma, eu o amo mesmo, e nem me importa que não seja recíproco. Não é a primeira nem última vez que vou dedicar meu afeto para coisas que não o devolverão. Triste ? Eu, sinceramente, não acho.

domingo, 11 de abril de 2010

eu somente posso me perguntar


porque ?

sábado, 10 de abril de 2010

Quem eu sou ?


         E eu sou o barroco dourado de curvas e volutas. O beatnick sujo de poeira vermelha. O sal do vento que corta as montanhas. Eu sou o sol que me tinge de roxo todos os dias. E sou as coisas vivas e não vivas e um eterno contradizer e reaprender, e ressurgir de mim mesma.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Café da manhã para um, por favor.

if sadness is a hunter, you are the hunted. be smart and get away with your own hands
      Ela acordou. Seu braço esquerdo por sobre o rosto. Era visível o quanto havia se mexido de noite: todos os lençóis e travesseiros e almofadas e tudo o mais que havia na cama bagunçado. Inclusive ela, por dentro.
      Sentou e pôs um dos pés no chão. De certa forma era frio, mas ela não ligava porque nada poderia ser mais frio do que a ausência que sentia. Calçou suas velhas pantufas, cinzentas pelo descaso do tempo e da dona. Foi para a pequena cozinha do apartamento velho, que agora era só seu e de mais ninguém. Tratou de por o café no fogo, nada mais no mundo lhe dava a energia que precisava, não mais.
      O céu lá fora era daquele tipo amarelado que outrora a convidava a sair e se divertir, ler livros nos sebos, andar pela cidade, gastar as botas. O tipo de coisa que ela aprendera com seus ídolos de papel, Kerouac, Bukowski, Ginsberg, essas coisas. Mas hoje não. Hoje era insuportável pensar em sair de casa e encarar as outras pessoas lá fora. Todos aqueles casais que se divertiam, aquelas famílias, em todos os cantos do mundo pessoas que lembravam que agora ela estava só, que não tinha mais uma ligação. Tudo isso doía e por isso ela não saía.
      A água ferveu, o café foi coado, ela encheu a xícara vermelha que ganhara no natal e foi para a sala, se jogou no sofá. Ficou um tempo olhando o céu, refletindo sobre a vida. Bebendo seu café. E então ela desistiu de esperar que o sentimento fosse embora, era melhor aprender a conviver com as coisas que haviam ali dentro dela. Deixou o café sobre a mesa, foi para o quarto e se vestiu decentemente pela primeira vez em cinco dias de solidão absoluta.
      Pôs sua calça jeans mais surrada, a que um dia havia sido dele, e uma blusa qualquer e as indefectíveis botas vermelhas e sorriu. O primeiro sorriso realmente espontâneo em alguns meses. Pegou as chaves de sua moto, passou pela sala e matou o último gole de café. Parou por um instante, tempo suficiente para ver uma das fotos que ainda estavam ali, uma foto dos dois juntos e rindo, um fragmento da velha felicidade que estava lá no começo de tudo. A felicidade que ela achava que ainda podia sentir, simplesmente por tê-lo tido um dia.
             - Meu amor, me desculpe por desistir de nós dois, mas hoje eu decidi aprender a levar minha vida sem você.
      Beijou a foto e saiu pela porta, em direção à um novo horizonte...

sick boy


O tipo de homem que me nauseia, sim, nauseia. É exatamente o tipo ao qual você pertence. Suas roupas, eca, suas roupas, as odeio intensamente. Esse seu ar de deboche, sua postura de EU SOU FODA, mal você sabe que não passa de um tosco. Um tosco. Por favor meu filho, vá aprender um pouco com meus ícones. Aprenda a ser gostoso com Morrison, Banhart, Page, Depp, e muitos etc aqui. Vê se larga mão de achar que sua amiga, eu nem gosto de você de verdade, só que sou educada demais pra dizer.. Pra mandar você ir pra m.. É.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

sun shines

you look to the sky
and the sun shines

it's morning telling you
that gorgeous day is true

poison atmosphere of love

Sabe aquela fase triste dos romances quase acabados ? Quando você guarda a outra pessoa em pedaços dentro da sua mente ? Seria muito dificil lembrar de tudo, do ser inteiro. E por isso você lembra somente das pequenas partes. Dos braços, bonitos. Da barba, mal-feita. Da voz que sempre ecoava por dentro do seu corpo, toda vez que ele falava aquelas coisas..
Já não se lembra mais dos dias transcorridos monótonos e tediosos, dos dias de briga. Lembra daquelas horas poucas a se salvar, os dias gloriosos. O ser humano é engraçado por fazer essa edição mental, a fim de salvar um resquício de afeto pelo outro. Afinal, seria insuportável perceber, depois de tanto tempo, que se amou uma pessoa de todo terrível. É melhor mesmo guardar pequenos pedaços. Pedaços que evitam o desrespeito e a crueldade em fim de amores.

Pedaços que fazem com que eu volte a te amar de novo.

and still i love you, bitch.

A vida te deprime, de uma forma ou de outra velho. Todas as vezes que você fica ausente, eu sei, eu sinto, que você tá escrevendo aquelas coisas tristes sobre morrer e tudo o mais. Às vezes no pobre bloco de notas, às vezes no caderno, às vezes na sua própria pele. E me dói saber que eu fico longe e que não posso te fazer rir nessas horas mais tristes. Sei lá. Nossa história me parece mais longa do que realmente é. Talvez porque nós dois tenhamos as almas mais velhas do mundo. Você acredita nisso ?

terça-feira, 6 de abril de 2010

:x

Eu insisto demais em ter você perto de mim. Eu sei.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

no messenger com amanda eu quero mais é ser feliz;

Summer of Love - Second Part


Então - pensou Kay, enquanto terminava de amarrar as botas de caminhada - eis o que você é hoje: uma pessoa cujos relógios pararam, e que, por conta disso, sabe a hora pelo tipo de gente ferrada que passa em frente ao seu trailer. Mas pouco importa, logo é hora de ir embora daqui também e você vai ter que aprender a saber as horas de outra forma. Talvez observando os pássaros - E ela terminou de se vestir, abriu a porta do trailer e saiu para a noite fria de novembro.

Summer of Love - First Part

summer of love                 San Francisco, 1968.
       A temperatura amena, jovens pelas ruas, flores no cabelo. Pouca roupa, muita música, ácido, ervas e amor. Amor pelas coisas, pelas pessoas, pelo tempo, amor pelo mundo. Amor por homens e mulheres. Foi nesse verão que eu nasci, respirando os ares de um novo mundo. Cresci rodeada pela boa música, pelo espírito revolucionário. Cresci cheia de ideais, cheia de afeto, cheia de vida.
               Sou filha do verão do amor.
                    Alice Slick Morrison.



                                       ♫♪

domingo, 4 de abril de 2010

can't touch this.

sábado, 3 de abril de 2010

oh my godness


ninguém tem a devida noção do quanto eu amo você, devendra :*

sexta-feira, 2 de abril de 2010

losing control


Sexta feira, 03h 11min da manhã, ouvindo recortes de Queen com Robert Plant e Marvin Gaye. As madrugadas passam assim por aqui, nesta tribo de ninguém. Quando não ouvindo, vendo, assistindo ou lendo histórias estranhas de lugar nenhum. A gente tem sempre uma sede por livros coloridos, filmes esquecidos, músicos aborrecidos com o dia-a-dia nacional, ou local, ou global. Tanto faz, na verdade, desde que aborrecidos com alguma coisa. E escrevendo canções tristes sobre estar aborrecido. Canções que tentam modificar o mundo, mais do que ganhar dinheiro. Eu gosto das pessoas que fazem o que fazem porque não conhecem outra forma de vida, e não daquelas que só desejam alguma coisa podre como poder e dinheiro e cartões e luxo. Agora começou uma daquelas tristes músicas de Ian Curtis e sua Joy Division. Tristes mas belas, porque quem foi que disse que só o que é alegre é bonito? Eu talvez seja a melhor pessoa para dizer que muitas vezes é a melancolia, o feio e o torto, que nos ganha. Quem nunca amou um dia roxo, um pouco deprimido? Quem só gosta do que pula e vibra por decerto é vazio e inseguro, e tem medo de se contaminar com o que há de mais depressivo no mundo. Porque quando se é grande de verdade, o que é triste vira combustível para nossas alegrias. Para as reflexões desmedidas. Os grandes não se contaminam, absorvem e transformam. Os grandes aprendem com a vida.

Existência. Bom, o que é que importa? Eu existo da melhor maneira que posso.

banhart ILY


tell me something, do you like him as he likes you ? that guy loves you.

cherokee

ooh ba loomba dig it a holeTem coisas das quais sou absurdamente fã, e minhas origens eu nunca nego. Desenhos do tempo, reflexos quase vivos nas paredes amareladas pelo mofo. Quase todas as histórias de vida podem ser contadas pelos anos, pelas rugas, pelos cabelos brancos. E porque eu seria diferente? Uma vez me disseram que eu era transversal, e eu tenho que concordar com isso.