qualquer coisa grite meu nome:

segunda-feira, 12 de abril de 2010

I am MORRISON, Jim.

oh keep your eyes on the road, gotta love your man, you ar the one.

          Ah, ninguém entende o que eu sinto. Dizem que é coisa de adolescente, mania que passa, que não fica mais. Uma procura por espelhos, essas coisas de quem não compreende o que é amar de verdade. Todo mundo insiste que quando digo amo, quero na verdade dizer que quero, uma relação carnal mesmo. O que nesse caso é impossível. Então dizem que sou louca. "Ele morreu há mais de 30 anos Marcela.." Eu sei disso muito bem, eu sei disso o tempo todo, eu não estou alucinando com uma reencarnação, eu nem acredito nessas coisas.
          O que eu digo é que compreendo, ou penso compreender todos os pedaços da alma dele, porque é a minha também. Agora sim, eu alucino. Gosto de imaginar que uma parte dos atómos dele estão em mim, eu sou sua poeira, seus restos. Ou melhor, eu tenho pedaços dele em mim, o mesmo modo de ver a vida, talvez, só que não cometo os mesmos erros. Não que eu seja a versão melhorada, é que eu aprendi, sabe. E ele não teve esse tempo certo, esse timing, extrapolou.
          De qualquer forma, eu o amo mesmo, e nem me importa que não seja recíproco. Não é a primeira nem última vez que vou dedicar meu afeto para coisas que não o devolverão. Triste ? Eu, sinceramente, não acho.

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