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domingo, 25 de abril de 2010

Mary Quant


          Mary Quant nasceu em 11 de fevereiro de 1934, em Kent (arredores de Londres). Na juventude, criava suas próprias roupas, usando retalhos de colchas e tecidos de casa. Mais tarde passaria a comercializar suas criações em uma loja na famosa King’s Road.
          Freqüentou o Goldsmith College, cursando Belas Artes e trabalhou como assistente em uma casa de chapéus. Foi em 1955 que, junto com Alexander Plunket Green (que se tornaria seu esposo) e Archie McNair, fundou a loja Bazaar. Mary dizia que a moda de sua época era “terrivelmente feia” e que sua pretensão era criar “novas maneiras de fazer roupas, com novos materiais e acessórios modernos que mudem conforme o estilo de vida das pessoas”.
          Sua sensibilidade lhe garantiu trunfos no mundo da moda, pois Mary conseguia sentir o que a juventude inconformista de sua época desejava. A invenção da minissaia é atribuída a uma parceria sua com André Courrèges, apesar de Mary insistir que na verdade a origem é das ruas.
          O grafismo de flores (mais especificamente a margarida) era comum nas suas bolsas e era o símbolo da logo Mary Quant. Esta iconografia mais tarde seria vinculada ao movimento de direito à paz, ocorrido nos anos 60, chamado Flower Power e promovido pelos hippies.
          Alguns dos mais famosos símbolos da moda da década de sessenta foram criados, inseridos e utilizados de forma pioneira por Quant, tais como:
         
          • Cabelos geométricos (uma releitura do corte dos Beatles, criado em parceria com seu cabeleireiro, Vidal Sassoon);
          • Collants coloridos e estampados com padrões gráficos diferenciados;
          • Casacos, botas e bolsas de vinil;
          • Tops de crochê (que virariam epidemia mundial, com uma série de releituras posteriores);
          • Roupas de malha canelada (aderentes ao corpo)
          • Cintos largos jogados sobre os quadris

          A moda de Mary Quant serviu às jovens estudantes que não queriam mais parecer com suas mães, pois rompia as barreiras do formal e conservador, e criava roupas que fugiam a distinção entre faixa etária. A encarnação deste ideal de moda leve, individualista, de inspiração urbana, inconformada, protestante, revolucionária e que contestava os valores até então em voga, era a modelo Twiggy, inglesa de apenas 16 anos, e primeira modelo a se tornar ídolo das massas.
          Em 1966, a rainha Elizabeth II condecorou Mary com a ordem do império Britânico, prêmio que ela recebeu vestindo uma de suas minissaias. Já no final da década de 70, a estilista estava quase esquecida, sendo obrigada a vender sua empresa e ocupando-se apenas da criação de cosméticos e eventuais designs para outras marcas.
          Entretanto, a sua importância para a história da moda inglesa (e até mesmo para a revolução cultural da década de 60) é inegável, e até hoje Mary mantém a aura de revolucionária e inconformista, dando entrevistas, circulando com seu eterno corte “cogumelo by Vidal Sassoon” e, principalmente, chique e gloriosa em belas saias (que ganharam em comprimento em respeito aos seus muito bem vividos quase 80 anos).


“o bom gosto é a morte, a vulgaridade é a vida”
“a moda deve refletir tudo que está no ar”
“a moda não vive de regras, mas de peças e idéias que possam ser combinadas como bem entendermos no nosso dia-a-dia”

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