qualquer coisa grite meu nome:

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Ham On Rye, Bukowski, pág. 241


A cafeteira Clifton era bacana. Se você não tivesse muito dinheiro, deixavam você pagar com o que tivesse. E se você não tinha um puto sequer, não precisava nem pagar. Alguns dos vagabundos iam até lá e comiam bem. O dono do lugar era um velho rico e bondoso, uma pessoa fora do comum. Eu jamais ia lá para me encher de comida. Ia para um café, um pedaço de torta de maçã pelos quais pagava uma moeda de níquel. Às vezes eu pegava uns cachorros-quentes. Lá dentro era quieto, agradável e limpo. Havia uma enorme fonte d'água e você podia sentar junto à ela e imaginar que tudo estava bem. A Philippe's também era bacana. Por três centavos você conseguia uma xícara de café com quantas reposições quisesse. Você podia ficar o dia inteiro por lá tomando café, e eles nunca pediam que você se retirasse. Independentemente de sua aparência. Apenas pediam aos vagabundos que não entrassem com seus vinhos e não bebessem lá dentro. Lugares como esses davam a você um pouco de esperança quando não havia nenhuma ao seu redor.

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