qualquer coisa grite meu nome:

sexta-feira, 11 de março de 2011

sistema

O marido diz à vendedora que vá embora. E que não olhe para trás. E que leve todas as caixas. E que não sorria para a esposa.
A esposa se sente submissa, mas o pelo do novo casaco de pele parece que apaga o peso da submissão.
O marido sorri, acariciando as notas de dinheiro no bolso.
A vendedora vai embora, labutando, carregando as caixas cheias de sonho que nunca lhe pertenceram. Sonhos que ela vende para quem pode pagar. Pagar o dinheiro que também não vai lhe pertencer.

Nenhum comentário:

Postar um comentário