qualquer coisa grite meu nome:

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

As mãos tremiam enquanto ele procurava o isqueiro no bolso. Tremiam enquanto ele o levava até o cigarro nos lábios e, pelos céus, tremiam até quando ele pôs as mãos nos bolsos, completamente destroçado.
- Eu sinto muito, mas não consigo, não consigo fazer isso.
- O que há de errado agora? Não é grande coisa...
- Grande coisa?! Por acaso você está fora de si? Não compreende o que estou prestes a fazer?
- Casar-se. - Era simples, não havia razão para que ele temesse tão profundamente aquele casamento. - Você vive com essa pessoa há três anos, já são casados na prática. O que farão hoje, meu caro amigo, não passa da consumação desse fato.
- É oficial, é oficial..
- E por acaso não é oficial quando você abre os olhos pela manhã e encontra os olhos dela? Não é oficial quando vocês riem juntos lembrando as histórias do passado? Não é oficial quando você diz, com toda a sinceridade e a vontade do mundo, o quanto a ama?
- Talvez... Talvez você tenha razão. Mas a partir de hoje é como se eu não pudesse mais me arrepender e simplesmente ir embora...
- Não viva sua vida preocupado com as chances de ir embora, de desistir.
As mãos pararam de tremer.

Um comentário:

  1. uma perfeita síntese do casamento: nada. rs.
    indiquei seu blog à uns selos. Vê lá (:

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