qualquer coisa grite meu nome:

sábado, 10 de outubro de 2009

sweet child o' mine.

Ele veio andando até mim, a barra do pijama arrastando no chão de madeira, os cachos crescendo meio rebeldes pra todos os lados, e era lindo. Não se importou em chamar a minha atenção, mesmo que atrapalhasse meu trabalho, e nem eu me importava.

- Eu quero dormir, mãe.

Ele disse isso assim, como quem não quer nada, como se fosse uma declaração qualquer, e estava feliz, estava agitado, estava alegre. Eu tive que sorrir, ele era tão parecido comigo que eu achei que podia doer, ele era parte de mim.

- Então durma meu amor.

-Mas eu não consigo.

- Ah, mamãe dá um jeito.

Eu o levei até a cozinha e esquentei um copo de leite, então fomos escovar aqueles dentinhos tão pequenos, e eu me perguntava como seria quando ele fosse maior do que eu. Como eu faria pra esquentar um copo de leite pra alguém que não precisava mais? Mas ainda não era hora de se preocupar com isso. Eu o coloquei na cama, ele me perguntou pelo pai.

- Ele já vem, meu bem. Tá trabalhando, você sabe.

Beijei a ponta do seu nariz, e em cinco minutos ele dormia. Meu anjinho Bernardo.

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