qualquer coisa grite meu nome:

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Ah, como eu procuro...

Eu acho que até a tristeza é boa nessa vida. Se a gente reconhece como se sente, e admite ser vulnerável aos sentimentos, tanto quanto qualquer outra pessoa. E tiramos das lágrimas e do grito e dos soluços, boas coisas. Boas coisas como oportunidades, aprendizado, e, o meu preferido, textos sobre o sofrimento e a angústia. Meus textos sempre me pareceram mais belos, sábios e profundos quando nascidos das minhas horas tristes. Hoje eu até me pergunto se, tal qual um viciado que procura a boca, eu não procuro situações tensas que me dão o que preciso pra teorizar. De repente não é o mundo e as pessoas e ele, em especial, cruel, frio e horrível como eu enxergo. De repente é a minha visão mambembe que, pretensiosa, dá ao cérebro o presente que ele precisa: tristeza para os textos tristes. Dor para os gritos emudecidos da voz e exarcebados na caneta e mão direita, e no punho cansado de tanto soluçar essas palavras. Lágrimas, mas não de água e sal, e sim de tinta e vírgulas e pontos e todos os acentos a que ainda tenho direito.

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