qualquer coisa grite meu nome:

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

ballad of a mad header

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Você entra sorrindo e eu vou embora dançando. É uma mensagem que chega, um líquido qualquer escorre pela garganta, uma instantânea tirada naquela polaróide que sua avó lhe deu no natal. A vida ecoa e resvala abaixo do nosso tango sentido, mas eu não me importo. Eu moro em cima de muitas pessoas, e quase todas elas têm filhos e gatos e peixes e carros e cachorros e empregados e fazem sexo de noite, e eu não. "Eu não" pra nada disso. Eu só escrevo e bebo café e lamento e celebro minha solidão, tudo ao mesmo tempo. Enquanto o mundo vive e envelhece, torpe, eu imagino e imortalizo coisas sem sentido, no papel. Coisas como o choro, a dança, o tango, o café, a música e o amor de um escritor. Coisas como a vida e seu milhares de rumos e canais estreitos, e paralelos ao meu. Coisas assim, cinzentas e sem importância, como um dia em que não choveu.

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