qualquer coisa grite meu nome:

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

se eu fosse me descrever diria:

ela andava com o chapéu meio enfiado pelas orelhas
anéis nos dedos esquerdos e direitos, em cores díspares
um sorriso de disparate pra quem quer que a encarasse
todos esses atrevidos, estúpidos, burgueses

dentro daquela cabeça corria um rio gelado e quente
tudo ao mesmo tempo, um rio de cores e morte
tudo ao mesmo tempo, recriando os versos que ela conhecia
de kerouac, capote, nietzsche e do charles bukowski
respirava todas as influências dos almadiçoados
aqueles sonhos irreais, loucos e errados

não ia se pôr a cantar fora do ritmo
mas andava, comia, pensava e se fodia
toda pra cima e pra baixo de todas as linhas
da vida. da vida. da vida. da vida.
que mesmo que não parecesse tanto assim
ela amava mais do que qualquer outra coisa
nessa porra de mundo azul desbotado
esse mundo sofrido e calado pra caralho

e como ela gostava de saber que se conhecia
e que tinha por dentro de si toda a energia
de milhares de anos dos povos místicos e pagãos
tipo os índios, os gatos, os corvos e as penas de pavão
e que ela podia fazer e dizer coisas que ninguém mais sabia
porque era dela por direito essa força de expressão

e caralho, como ela AMAVA ser assim tão forte
por mais que fosse insegura e inexperiente
porque ela sabia o que era ser diferente
e se tinha crescido assim, ia assim até a morte

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