qualquer coisa grite meu nome:

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

- Joseph Beuys #1

- Como Explicar Pinturas À Uma Lebre Morta (1965):

No dia 26 de novembro de 1965, Joseph Beuys entrou na galeria alemã Schmela, cobriu o rosto com mel e folhas de ouro, pôs nos braços o cadáver de uma lebre e começou a percorrer uma exposição de pinturas. Durante três horas, ele cumpriu o "ritual" de parar diante de cada obra exposta e sussurrar algo na orelha do animal. Do lado de fora, atrás das paredes de vidro, o público não fazia idéia do que ele dizia. Estavam tão perdidos em relação à apresentação de Beuys quanto a lebre deveria estar em relação às pinturas que "via". Era exatamente essa a intenção de Beuys, que queria discutir a conexão da arte contemporânea com os espectadores. As obras de Beuys são norteadas pela crença de que a arte deve desempenhar um papel ativo na sociedade, e de que todo homem é artista, no sentido de que todos estamos inseridos num universo artístico igual e sem hierarquias, de que todos nós podemos atuar neste universo. Por isso não se pode explicar arte à lebre, como não se pode explicar ao público, tendo em vista que os signos da arte estão à disposição de todos. E a função da arte, para Beuys, é nos conscientizar sobre este fato.
“Uma lebre compreende mais do que muitos humanos com seu racionalismo teimoso... Eu lhe disse que ele deveria apenas observar a pintura para entender o que é realmente importante a seu respeito."
(Joseph Beuys)

Nenhum comentário:

Postar um comentário