qualquer coisa grite meu nome:

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Last Round Corner of This Sick Train


Pouco a pouco vou sentando num vagão qualquer do espaço. Deixo que este meu trem percorra alucinado as milhas por sobre o trilho da vida. O tempo, ah o tempo, que alimenta as caldeiras desta maquinaria. Não foi Eistein que disse algo sobre estar em movimento no fundo de um trem, e o observador externo tem a impressão de que você se move mais rápido do que realmente é? Surreal, surreal como a própria existência. Eu já tentei de tudo. Já fui meu maquinista, passageiro, volante, poltrona rasgada; já tentei retardar essa minha condução, correr além do permitido, estacionar (causei tanto acidentes com essa atitude ignorante - não se pode parar esse trem); já tentei coletar passageiros, uma tentativa de pelo menos tornar a viagem um pouco mais aprazível, mas meus poucos viajantes noturnos se despediam após alguns quilômetros, em parte culpa minha, pois lhes servia o melhor alimento e bebida no começo, mas quando os via comer, percebia seus erros e falhas de imaginação, desistia e os deixava ao relento, passageiro nenhum permanece num trem mal cuidado como o meu. Por isso eu desisti de fazer qualquer coisa que não seja sentar e esperar o fim da linha. Tomara que não demore muito mais do que já dura essa espera infinita.

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